segunda-feira, 5 de março de 2012

As coisas na vida acontecem em momentos certos. O momento de deixar ir, deixar passar, deixar ficar, deixar estar...o momento de separar a ilusão da realidade, o de enfrentar o maior medo.
Vivemos numa condição de loucura, onde não sabemos exatamente o lugar em que queremos chegar, não sabemos ao certo o que buscamos (e se buscamos) ou se aquilo que almejamos não passa de mais uma lacuna que nossos olhos deixam aparecer para que continuemos nas nossas utopias. Não conhecemos todos os cheiros, todos os toques, todas as sensações, todos os sentimentos - e sabemos que isso tudo está aí, pelo mundo...queremos nos conhecer, queremos conhecer outras pessoas, queremos conhecer lugares, estações, queremos conhecer nosso próprio porto e controlar o que chega e o que vai. 
Na vida nunca acharemos nossa fonte...nunca poderemos controlar o que chega, muito menos o que vai. Na vida está tudo escrito, tudo arquitetado, não sabemos o motivo e nem quem o fez e é isso que torna a trajetória uma das coisas mais maravilhosas e misteriosas de se viver. O jeito não é pisar fundo no acelerador, a maneira mais digna de viver a vida é aprender a dirigir no trajeto e saber quando trocar a marcha, saber quando pisar no freio e que quando chegarmos ao nosso destino final...tirar a chave da ignição..

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Hoje fiquei pensando em qual seria o verdadeiro significado de viver. Com todas essas especulações de fim de mundo e um pouco da minha convicção de que realmente possa existir esse fim (mesmo que com muitas teorias que o desmintam) - comecei a ver que todos que estão ou passaram pela minha vida, nunca viveram de fato. Isso deixa tudo mais claro...não creio que o mundo possa simplesmente deixar de existir, mas que algo acontecerá. Tempos atrás fomos ensinados a amar, a respeitar, a sermos diferentes do que maioria da humanidade é, e que eu confesso - também não fiz isso durante toda vida e por muitas vezes não tenho feito. Levamos essa mensagem que foi trazida como um mero recado, esquecido, abandonado e também fortemente modificado por qualquer (e reitero, QUALQUER) religião. Fomos instruídos a adorar Deus, porém de forma errada..fomos ensinados a amá-lo através de coisas, igrejas, templos, locais...quando realmente a verdade que não estaríamos prontos para aceitar é de que Deus vive em cada um de nós, através das nossas almas. A maior lei é a lei do amor. Nada mais importa. Devemos amar, amar incondicionalmente, pois o verdadeiro amor é o amor entre almas e não entre corpos físicos, não importa se é homem e mulher, homem e homem, mulher e mulher. É a nossa alma que ama e não nosso corpo. Essa lei nos foi ensinada várias vezes na história e até hoje ninguém parou para entendê-la, não somos maduros o suficiente para isso. A verdade está aí, diante dos nossos olhos - basta exercê-la, entendê-la, apreciá-la...
Já faz muito tempo que Deus nos dá sinais, nos dá chances de entender, de mudar!
Parece engraçado, principalmente eu que nunca fui de falar de Deus...mas é a mais pura verdade. Deixe que Deus ensine você. Nunca é tarde para começar a conversar com seu melhor amigo.                                                                                                                                                                                                                                                                              

domingo, 20 de novembro de 2011

Certa vez conheci um menino, engraçado, encantador, sorridente...um menino que me fez sorrir, chorar, sentir saudades. Estive com ele até o dia de hoje e ele esteve comigo até hoje também, conhecia todos os jeitos e toques, risos e brabezas...ele conhecia aquela pessoa que sempre esteve escondida em mim, e que hoje guardei.  Guardei porque o que tínhamos era como um pacto...em que eu topei mostrar todas as cartas que eu tinha, e ele mostrou aquelas que nunca tinha usado. Mudei, reinventei e fiz de tudo pra salvar cada passo que era considerado perdido. Ouvi dizer certa vez que quando se luta o máximo que se pode para manter algo, devemos ficar de cabeça tranquila, pois fizemos aquilo que estava ao nosso alcance e que se acabou era porque tinha um motivo muito forte. Mas aquele menino que conheci era diferente, não poderia deixá-lo ir embora mas também não poderia obrigá-lo a ficar...
Não obriguei mas também não acreditava no que estava acontecendo. Ninguém entenderia o que se passava na minha cabeça naquele momento..mas eu não estava mais crendo em algo que sempre acreditei. No amor.
Não gosto de amor de filme, naquele em que um deixa o outro para seu bem...pra mim o bem é o amor e sem ele não estou bem. Ele era o meu amor. Fui diversas pessoas para agradá-lo, coloquei todas as minhas melhores qualidades em vários jeitos que ele gostava, nem mesmo assim foi suficiente. Fiz o que pude, no entanto, aconteceu. Vi aquele rostinho partir, aquelas caras conhecidas desaparecerem. Vi os flashbacks que mais me magoaram, então que percebi que a verdade dói só uma vez...

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Cheio

Conforme o tempo vai passando, a gente acaba sentindo falta da inspiração de antes. Ultimamente não tenho tido muito o que escrever. Foi aí que eu percebi o quanto eu era vazia quando escrevia um monte de coisas aqui. Eu era tão vazia que precisava mostrar que algo era cheio em mim. Hoje não preciso mais disso. Quando escrevo, escrevo pois 'deu na telha' a vontade de vir aqui e não deixar criar teias. Escrevo pra curtir o que escrevi. Pra quem consegue aprender isso, é incrível! Quando se está cheio de sentimentos no coração e de corpo inteiro nos teus objetivos tu não tem espaço pra escrever! Quer espaço e tempo pra sentir, sentir, sentir! E é isso que faz da vida a melhor possível na Terra. E que Deus permita essa felicidade sempre!
À bientôt!

sábado, 13 de agosto de 2011

A criatividade e o Direito (meio viajado)

O Direito, identificado principalmente por suas leis, seus códigos – seu aspecto positivo – faz com que não acreditemos na sua possibilidade criativa, pelo seu modo preventivo, condutas pré-estabelecidas, enfim, um fenômeno de ordem social. Há um ponto interessante na história do Direito como o vemos hoje que seria o contrato social, instrumento esse que possibilitou um ordenamento social mais justo, na medida em que supostamente se abriria mão de alguns direitos para o benefício dessa ordem social poder atingir igualmente a todos (utopicamente).
Para a formação de um direito, ou do Direito propriamente dito, necessitamos de sujeitos, objetos, relações e coação. Como sabemos, uma norma é composta de preceito mais sanção, sendo que o preceito exprime a ordem, a regra ou o mandado que se deve observar e guardar. Por outro lado, a sanção significa o meio coercitivo disposto pela lei, para que se imponha esse mandado. Tendo em vista isso, é de suma importância ressaltar que o Direito se criou através do homem (o sujeito), com um objeto a ser tutelado, além disso, só existem direitos através das relações humanas. O homem, em sua essência é um ser criativo, segundo Flieger (1978), "manipulamos símbolos ou objetos externos para produzir um evento incomum para nós ou para nosso meio", e seguindo uma definição da criatividade, "criatividade é o processo de tornar-se sensível a problemas, deficiências, lacunas no conhecimento, desarmonia; identificar a dificuldade, buscar soluções, formulando hipóteses a respeito das deficiências; testar e retestar estas hipóteses; e, finalmente, comunicar os resultados" (Torrance, 1965).
O Direito tornou-se sensível aos problemas sociais, às deficiências, às lacunas no conhecimento, a desarmonia como desordem social, procurou identificar essas dificuldades, buscou soluções, formulou hipóteses, testou-as, reformulou-as quando necessário e comunicou o resultado através da justiça. O Direito não teria sua positividade se não fosse escrito por um sujeito, o que faz dele uma criação humana, portanto derivada da criatividade. A raça humana é a única capaz de pensar racionalmente, o que permite que nós, seres humanos possamos modelar o mundo e lidar com efetividade.
O Direito não acompanharia as mudanças sociais se não fosse pela criatividade, até mesmo pelo fato de a criatividade ser o principal motivo do desenvolvimento social, cultural e econômico – meios estes que são tutelados pelo Direito. Então, é impossível dissociar Direito de criatividade, os dois mantém uma relação circular.
Contudo, não é exatamente esse o objetivo desse texto. O verdadeiro ponto a se chegar é a arte. A arte provém da criatividade e não há maneira mais esplêndida de ver a história (completamente ligada ao Direito) senão observando a arte. Ela foi a única esfera a não ser calada, a formadora de ideias e pensamentos, aquela que promoveu as mais diversas revoluções internas e externas nos seres vivos.
Então, a esfera artística é indissociável do mundo jurídico assim como a criatividade (pois dela provém), foi aquela que guardou memórias, o instrumento subjetivo das etapas históricas no mundo – inclusive, também é importante ressaltar que não existe A história, existem histórias, diversos olhares, Hannah Arendt reforça esse conceito de que a história não é única.
O Direito, com todas suas utopias de igualdade, de garantias e principalmente direitos – faz parte da arte, pois cumpre o mesmo papel formador de ideias, pensamentos, guarda também as memórias de um país que busca a democracia real, a democracia em seu sentido puro. Caminhar para essa democracia requer tempo, requer aplicação, requer mentes pensadoras, formadoras. Requer mentes artísticas, criativas, que não se prendam somente às normas, ao positivismo puro. Precisamos de mentes utópicas, que busquem um horizonte quase inalcançável - mas que o busquem – e, assim, continuar avançando. Nas palavras de Eduardo Galeano, "A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar".
E é esse caminhar que vai, um dia, ser o principal motivo da sobreposição entre justiça e criatividade.

sábado, 16 de julho de 2011

18

Eu resolvi sentar na cadeira e ficar aqui até 'fluir'. Pois bem, cá estou, lembrei de algo que faz fluir nessas teclas algo de curioso. Analisando o ano de 2009 para cá, aconteceu muita coisa. Desvios de caminhos, perda de amigos, ganho de amigos, uma revolução-em-mim.
Não sei o que me emociona mais, se o ponteiro do relógio que passou correndo e eu não vi, ou se o rosto daqueles que eu mais amo de forma diferente. Diz que quando chegamos aos dezoito anos começamos a envelhecer rápido, pra mim, confesso, essa coisa de que passa rápido não começou ainda...as coisas têm ido tão devagar no meu caminho que eu até queria que fossem com mais pressa. Não quero perfeição.
Acho que acabei amadurecendo e talvez, superando perdas. Aprendi a arte do desapego, do deixa estar, do seguir o que o caminho diz pra seguir. Aprendi o velho e bom 'uma porta se fecha para que uma outra porta seja aberta (ou janela como preferir)' - estou educando o meu eu de possibilidades, e isso, para mim é uma conquista incrível. Me encontro em paz, mas descobri que toda paz em valores demasiados dá tédio, e resolvi assim não ser 'tão' feliz. Resolvi ser feliz mas me dar oportunidade para ser triste também, e curtir o poder de transformação que as lágrimas - de saudade ou dor - proporcionam para nós.
Descobri (e inesperadamente) que eu tinha sim um manual, e que é besteira falar que somos indecifráveis - alguém sempre tem a chave - você mesmo.
Peguei a chave e quis tomar a iniciativa de me desvendar, e tenho essa missão em minhas mãos até agora. Cheguei sorrindo aos meus dezoito anos com o coração cheio de esperanças, e nesse meio de ano elas vêm mais quentes ainda, esperando a realização. Acreditando naquilo que muitos não acreditam: a Justiça, o Amor, a Alegria, a Paz INTERIOR. Estar em paz com o mundo externo é que dá tédio, agora estar em paz consigo - esse sim, tem poder motivador. Nunca estive tão em paz comigo, com meus estudos, com minhas conquistas. Aprendi inclusive que não preciso, assim, de tantos amigos - mas de uns dois ou três que me façam sorrir e que sejam não assim tão sinceros mas no mínimo educados.
Desvendei aquilo que mais queria. O eu que eu procurava desesperadamente em mim, e tive ajuda (claro) - e quero que essa ajuda saiba o quanto vai influenciar e guiar os caminhos que eu escolho hoje.
Dezoito anos, se fossem tão fáceis não faríamos aniversário.

domingo, 10 de julho de 2011

Quem um dia irá dizer
Que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão?
Eduardo abriu os olhos, mas não quis se levantar
Ficou deitado e viu que horas eram
Enquanto Mônica fumava um cigarro
No outro canto da cidade, como eles disseram
Eduardo e Mônica um dia se encontraram na escola
E não conversaram muito pra tentar se esconder
Um carinha do grupo de amigos de Eduardo que disse
"Tem uma festa legal, e a gente quer se divertir"
Festa estranha, com gente esquisita
"Eu tô legal", agüento mais birita"
E a Mônica riu, e quis saber um pouco mais
Sobre o boyzinho que tentava impressionar
E o Eduardo, meio tonto, não pensava em ir pra casa
"É quase duas, to a fim de me emborrachar"
Eduardo e Mônica trocaram telefone
Depois telefonaram e decidiram se encontrar
O Eduardo sugeriu uma lanchonete
Mas a Mônica queria ver o filme do Ice Age
Se encontraram então no parque da cidade
A Mônica de moto e o Eduardo de "camelo"
O Eduardo achou estranho, e melhor não comentar
Mas a menina tinha piercing no nariz
Eduardo e Mônica eram nada parecidos
Ela era de Capricórnio e ele tinha dezessete
Ela queria fazer Psicologia e falava inglês
E ele ainda praticava o inglês
Ela gostava do Guns and Roses, Pop
Picasso e dos Cascavalletes, de Caetano e de Rimbaud
E o Eduardo gostava de novela
E jogava futebol de campo com seus amigos
Ela falava coisas sobre o Planalto Central
Também magia e meditação
E o Eduardo ainda tava no esquema
Escola, cinema, clube, televisão
E mesmo com tudo diferente, veio mesmo, de repente
Uma vontade de se ver
E os dois se encontravam todo dia
E a vontade crescia, como tinha de ser
Eduardo e Mônica fizeram musculação, terapia
Teatro, artesanato, e foram viajar
A Mônica explicava pro Eduardo
Coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar
Ele aprendeu a beber, cortou o cabelo
E decidiu trabalhar (não!)
E ela se formou no mesmo mês
Que ele passou no vestibular
E os dois comemoraram juntos
E também brigaram juntos, muitas vezes depois
E todo mundo diz que ele completa ela
E vice-versa, que nem feijão com arroz
Construíram uma casa há uns dois anos atrás
Mais ou menos quando os gêmeos vieram
Batalharam grana, seguraram legal
A barra mais pesada que tiveram
Eduardo e Mônica voltaram pra Santa Maria
E a nossa amizade dá saudade no verão
Só que nessas férias, não vão viajar
Porque o filhinho do Eduardo tá de recuperação
E quem um dia irá dizer
Que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão?