segunda-feira, 31 de março de 2008

Veneno.


Minha vida começou naquela noite, os segundos eram contados lentamente nas horas, o medo tomava conta de meus pensamentos, a névoa que estava deixando a rua sombria, cobriu todas janelas de minha casa.A chuva caia com voracidade e as cortinas voavam com o vento, talvez pelo fato de meu coração bater mais forte a cada minuto que passava.Sentia a pulsação de meu sangue,mas a esperança de continuar vivendo era a única que não havia morrido.
A grande conquista do paraíso do inferno em que vivo, estava por vir... Teria a confiança valor, agora? As amizades tão falsas e toda a mentira corroíam meus órgãos como vermes mortos de fome. A raiva prevalecia dentro de meu sangue, os meus sonhos totalmente desfigurados, eram motivo para suas risadas. O perfume das rosas queimadas que você me deu, eram droga para meus pulmões. Você não conhecia a verdade, você era meu verdadeiro e único vício...
Continuo elogiando seu jeito falso e cretino de ser, como você consegue ser tão desprezível? Eu só sei que o tempo vai curar as tuas mentiras, e irá aumentar teus fracassos.
A dignidade de qualquer coisa indo por água abaixo, ou sangue abaixo, como você preferir. Eu ainda vou compartilhar toda minha dor. A felicidade que eu buscava em teus braços, agora virou desgraça nas tuas mãos, o mundo despedaçado, corroído pela sua inveja... Você não perde por esperar... Seu sorriso irá se tornar choro, e suas lágrimas serão a dor que você jamais soube sentir. O amanhã certamente não existirá no teu dia, você parará no tempo em que partir, e eu sei agora, do que um jovem amor, que se transformou em pranto é capaz de fazer. Acreditar em tuas palavras, não mais. Te pego por brincadeira e te largo como vício.
Meu Eu

A morte tão esperada que corria pelas ruas incessantemente,
Gritou muda no lapso de um silêncio.
Berro de dor? Berro de desespero?
Não. Berro de alívio para uma alma padecente.
Veneno que dói, corroí, desespera, machuca, talha, constitui relações de vida... Com a morte.
Dilúvio que cai, bruma que vem.
Véu que voa, no acalento do vento.
Morte que ressuscita. Vida que perece.
Peito que bate. Vida que estremece.
Morte que desabafa. Grito mudo, sorriso doente...
Sinto você, sentimos nós dois, sinto o sangue, vejo o sangue.
Ira sublime, morte errônea, sentimento voraz, vida improvável.
Você é como toxina em veia, droga em sangue.
Vício infindável. Conquista de paraíso infernal, morte absoluta para o imortal, amor incondicional para quem não ama.
Relógio para quem perde a hora.
O meu olhar ofuscado, o meu grito taciturno, minha morte viva, meu mal - amado.

sexta-feira, 28 de março de 2008

Vaidade


- ONDE ESTÃO MEUS BATONS ALICE?
- Não sei senhora, não os vi.
- MAS COMO ISTO? COMO NÃO VIU, ESTOU COM PRESSA E PRECISO DO BATOM ROXO QUE COMPREI ONTEM! E MEUS PERFUMES? ONDE OS GUARDOU?
- Senhora, já disse que não vi, veja nesta gaveta atrás da senhora, talvez estejam aí.
- Graças, estão aqui, agora posso me maquiar. SAIA JÁ DAQUI, ALÉM DE INCOMPETENTE É INTROMETIDA!
- Desculpe senhora, já estou me retirando.
(...)
- Espelho, espelho meu, existe alguém mais bela do que eu? Pelo que meu ego diz, está pra nascer alguém que ultrapasse a minha vaidade!

Inveja



Como pode ela ter arranjado alguém de suprema personalidade? Mas que raiva também, como eu, pessoa de tão alta classe e grandes poderes financeiros, não conseguir uma pessoa que me queira bem? Ela terá o que merece, e não isto, isto ela não merece, eu mereço, se não é meu não é de mais ninguém!
Ensiná-la-ei a arte de destruir sonhos!

Gula



Sentava-me sobre a mesa e olhava a refeição. Não queria comer, só queria
apreciar, minha gula envolvia sexo, paixão compulsiva. Por falta de sexo, comia.
Comia tudo o que via pela minha frente, sendo saboroso ou não, isso de certa
forma me satisfazia por alguns minutos. Mas, logo depois me via abrindo aquela
geladeira de novo, procurando um sonho, mas não um sonho qualquer, um sonho
daqueles de chocolate mesmo, que você come e acaba, não como esses sonhos que
você perde com experiências da vida.
Que vida improvável, eu estava perdendo
minhas forças para uma coisa sem vida, uma coisa que na verdade era uma vida pra
mim. Doces, carnes, salgados, peixes, bebidas... Tudo me levava a eles, pensei e
cheguei à conclusão seguinte: Minha gula ultrapassava meus cinco sentidos, e
também meu sexto sentido.

Pensamentos.


Eu só pensaria em uma coisa naquele dia, você. Isso que era muito difícil pensar em outra coisa, mas isso são detalhes. Eu às vezes fico pensando em como seria minha vida sem você. Espero que minha vida não seja um sonho, pois com você tudo se torna mágico. Eu nunca te esquecerei, terei outros amores, mas você... Será o primeiro e único!
Eu juro que se pudesse gritaria aos quatro cantos o quanto amo você. Mas você sabe que é impossível. Dentro de mim, nesses últimos dias, habitam a felicidade de viver. É a primeira vez que paro, deito em minha cama, e olho para o teto branco... Vazio, e enxergo toda uma fantasia criada por minha mente em contato com meu coração. Quando se ama, às vezes se fica sem jeito, se fosse fácil dizer eu te amo, não existiriam pessoas que têm medo de dizê-lo. É algo que o tempo decide. Eu faço tudo por você, e continuarei por você e por mim. Eu vejo as pessoas tentando tomar caminhos diferentes, mas eu sei que se seguir o caminho com você tudo será mais fácil. Tem gente que vive reclamando que não tem ninguém que amam elas, mas, será que realmente elas também amam?
Me espelho em você pelo seu jeito de ser, pela sua simpatia, pelo seu jeito em si. Vivendo nesse mundo louco, eu penso que com você ele se torna tão simples.
Eu olho para dentro de seus olhos e lembro-me de tanta coisa que eu vi você passar, vi tanta coisa que a gente passou, mas às vezes também sinto que você realmente não se importa às vezes não te entendo, às vezes tenho medo de estar levando um sentimento tão adiante em desperdício. Eu tenho tantos planos, mas nunca consigo pô-los em prática. Talvez pra você eu seja uma pessoa qualquer, que aparece do nada como se caísse do céu, e te dá todas as portas abertas, só basta você segurar a mão dela. Não, eu não sou seu conto de fadas, eu sou sua realidade dos céus, e você pode pensar que eu não estou aqui para lhe proteger, mas saiba que tudo que eu faço, tem um propósito, do qual só eu sei e ninguém mais saberá.
Eu tenho várias ligações com você.
E essas ligações... Só a gente pode saber.

Raiva


Minha vida estava prestes a ter fim naquela noite. Já eram 23h59, meus pulmões palpitavam uma resposta. Meia-noite e eu ainda sem saber o que fazer.
Coração batendo forte seguindo o pêndulo do relógio. Morte vem morte vai, pensamento contínuo em minha mente corroída. Órgãos envenenados por inimigos, falsas amizades, afinal, foi tudo sempre assim! Vermes repugnantes abominando meu ser. Ah se eu pudesse acabar com tudo de uma vez só! Quebraria-te os ossos até o último pó. Teus fósseis imundos e sórdidos sujando minhas mãos limpas, mas sim haveria vingança, da mais pura raiva que se pode ter... Ah se soubesses o quanto minha mão espera apertar este gatilho, mas penso, deixo-te sofrer, tudo que um dia fizestes-me sofrer. Um tiro aqui, outro acolá. Abstinência sensata que precisa parar.
Sim, minha loucura alcança teu próprio precipício, cada sorriso teu se transformará em gota de sangue, torça para nunca mais sorrir perto de meu corpo, que estando presente, sente, e como sente tua desgraça sem fim em minhas mãos.
Primeiro te tirarias todo sangue. E que sangue desprezível, ou até falando melhor, teu inteiro é desprezível... Ah pesadelo que me mata, leva embora este mal que me atormenta. Ah mas espere, algo me diz que você não esta sentindo o senil veneno que vinha te atacando diariamente, será tua força interna, que agora deve estar totalmente desfigurada? Não, acho que você é um fraco, fraco por não ceder a dor, fraco por não admitir que também sente agora, o que eu senti. Agora sei do que um imaturo amor é capaz de fazer. Torna-te atrevida, furiosa, totalmente insana.


...


Pecado Interior

Estava fora do chão. Sentia-me nervosa, minhas idéias haviam sido esquecidas. Minhas mãos estavam presas, meus pensamentos apreensivos, meu pensamento só apontava uma pessoa. Você.
Meu coração batia forte, tremia, sentia calafrios, e era a primeira vez que eu não estava sentindo nenhuma dor. Seu olho encontrava o meu, suas mãos procuravam as minhas, minha boca procurava a sua. A voz da minha libido enxergava os mais prazerosos toques, o calor do seu corpo contra o meu, sua voz no meu ouvido, suas unhas em minha nuca. Peguei-te pelo cabelo, atirei-te contra a parede e pensei: Seja o que o meu pecado interior quiser. E quis. A noite mais louca que eu já havia tido, e a mais quente também. Senti que era tua dona, senti que te possuía por inteira, senti que meu corpo já pertencia ao seu e vice-versa.
Agora confesso que dependo física e psiquicamente de você, você me tornou fraca, você quebrou minhas promessas, você me deixou viver, você me faz mais feliz. Pergunto-me porque agora. Por que neste momento? Será então uma ilusão? Serão tuas palavras breves pensamentos errôneos? Espero que não, mas enquanto isso guardo todos meus desejos e meus pecados, pois teu dia virá, serei tua pecadora e você meu interminável prazer.