sexta-feira, 28 de março de 2008

Raiva


Minha vida estava prestes a ter fim naquela noite. Já eram 23h59, meus pulmões palpitavam uma resposta. Meia-noite e eu ainda sem saber o que fazer.
Coração batendo forte seguindo o pêndulo do relógio. Morte vem morte vai, pensamento contínuo em minha mente corroída. Órgãos envenenados por inimigos, falsas amizades, afinal, foi tudo sempre assim! Vermes repugnantes abominando meu ser. Ah se eu pudesse acabar com tudo de uma vez só! Quebraria-te os ossos até o último pó. Teus fósseis imundos e sórdidos sujando minhas mãos limpas, mas sim haveria vingança, da mais pura raiva que se pode ter... Ah se soubesses o quanto minha mão espera apertar este gatilho, mas penso, deixo-te sofrer, tudo que um dia fizestes-me sofrer. Um tiro aqui, outro acolá. Abstinência sensata que precisa parar.
Sim, minha loucura alcança teu próprio precipício, cada sorriso teu se transformará em gota de sangue, torça para nunca mais sorrir perto de meu corpo, que estando presente, sente, e como sente tua desgraça sem fim em minhas mãos.
Primeiro te tirarias todo sangue. E que sangue desprezível, ou até falando melhor, teu inteiro é desprezível... Ah pesadelo que me mata, leva embora este mal que me atormenta. Ah mas espere, algo me diz que você não esta sentindo o senil veneno que vinha te atacando diariamente, será tua força interna, que agora deve estar totalmente desfigurada? Não, acho que você é um fraco, fraco por não ceder a dor, fraco por não admitir que também sente agora, o que eu senti. Agora sei do que um imaturo amor é capaz de fazer. Torna-te atrevida, furiosa, totalmente insana.


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