sexta-feira, 29 de abril de 2011

Wine wine wine

Uma boa dose de vinho licorado, cigarros fortes, janela aberta, frio. Qual seria realmente o sentido de solidão? Seria parar na janela, beber vários goles e fazer cara feia? Em seguida, tragar a fumaça que vai apodrecer meus pulmões?
A percentagem de álcool é grande, a nicotina e o alcatrão também, mas quem disse que nessa madrugada de "deixar" coisas eu estou me importando com isso? Não estou com cabeça para fazer valorações, o bem protegido (eu) e o bem sacrificado (eu) são os mesmos. Essa mistura de álcool com nicotina faz-me lembrar coisas nostálgicas, emoções adolescentes. Que diabos eu fui, e que diabos serei? Fugiria sim, mas não abandonaria, mesmo que você quisesse.
Só ouço os pingos de ar condicionados de apartamentos acima. Queria ouvir pingos de chuva, queria dormir e não só dormir, mas dormir bem, dormir tranquila. Não entendo como você consegue, não entendo como é possível ser desse jeito. Eu sei que esse maldito vinho e esse maldito cigarro não vão aliviar a minha dor. Amor verdadeiro acontece uma vez na vida, e só. E eu não preciso nem de analogias para confirmar isso. Não preciso de nada, só de você.
Eu não sou mais uma criança, eu não tenho coração pra todo mundo, eu jamais diria eu te amo sem amar e ter certeza disso, não uma vez mais. Você esteve presente nos momentos em que eu precisei de força, coragem, determinação. Você me deu sua companhia e sua disponibilidade, mas você me traiu.
Você me traiu assim como eu traí você. Mas de quê isso importa? Quando traímos nós realmente não amamos. Podemos gostar, mas numa maneira geral, não amamos.
E quando passamos a amar passamos a desprezar coisas estúpidas como gastar momentos saindo por aí, gostamos de aproveitar o cheiro do perfume, o abraço sincero, o carinho engraçado. Gostamos de rir, e sabemos que aquele riso vem de dentro. Somos nós, sem criar personagens, e talvez decepcionando mais por sermos puros, sem barreiras.
No momento em que percebi a diferença entre o que eu era e o que de fato eu sou, descobri que o motivo para ser quem sou e para ter sido como era, era uma pessoa. Quando você era, você lembra de pessoas e o que elas te trouxeram de bom. Quando você é, você lembra de uma pessoa. E lembra dessa pessoa porque ela é você, seu reflexo, seu ego, sua alma. Quando você acorda e olha no espelho, sabe que dizendo bom dia para si mesma, estará dando bom dia para seu grande amor, pois você vê ele em seus olhos. Quando você deita, os lençois, a cama, o travesseiro - todos transpiram quem você ama. Quando você acorda no meio da noite, é porque você sentiu que seu amor acabou de se mexer. Quando se vive assim, amando, você esquece que existem terceiros, e toda vez que surge um, você hesita, você teme, você treme. Você para de respirar, você se sente insegura, você tem medo.
Mas o medo impede de viver, e o medo sempre se impõe na frente e por conseguinte pode estragar tudo. O cheiro, o abraço, o carinho. O medo às vezes sai, se esconde, você diz para ele ir embora e ele prega uma peça: volta alguns dias depois, fazendo com que você demonstre coisas que você não gostaria de demonstrar, fazendo um personagem que não é você surgir. Fazendo que seu amor te ache um engano, fazendo com que cada detalhe, seja esquecido e cada momento revivido, apenas em lembranças, por não se acreditar mais em um final totalmente feliz.
Para todos e todas aquelas pessoas que passaram na minha vida, um obrigada. Um obrigada por ter me feito descartar péssimas possibilidades e achar o que eu realmente queria. É importante saber o que se quer, é importante ter foco e é importante admitir que não se quer deixar quem se ama. É importante acreditar não em finais felizes, mas em recomeço feliz. Queria um recomeço, mas não recomeçar do zero. Recomeçar por onde paramos, por onde deixamos de acreditar em nós, por onde você criou receios, por onde eu e você nos magoamos, pelos momentos felizes que passamos. Obrigada para uma pessoa, aquela que me tem, terá e teve, da forma mais pura e transparente possível, do jeito que nem eu mesma me conhecia, obrigada pelas tardes, obrigada pelas noites, pelas madrugadas de descobertas, pelas risadas, pelas lágrimas e pelo principal: o amor.
Eu te amo, não te entrego minha alma, eu, já nasci com a sua e você, já nasceu com a minha.





Pára pra pensar, porque eu já me toquei,
Eu te escolhi você me escolheu, eu sei.
Tá escancarado, vai negar pro coração?
Que você tá com sintomas de paixão!
É quando os olhos se caçam em meio à multidão,
Quando a gente se esbarra andando em qualquer direção.
Quando indiscretamente a gente vai perdendo o chão, vai ficando bobo,
Vai ficando bobo...
E aí já era é hora de se entregar,
O amor não espera, só deixa o tempo passar.
E fica pro coração, a missão de avisar,
E o meu tá dando sinal: e tá querendo te amar!

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Técnicas de solução para conflitos

TÉCNICAS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS - Prática de Negociação



AUTOCOMPOSIÇÃO E HETEROCOMPOSIÇÃO:

Autocomposição - Com terceiro: Mediação e Conciliação

- Sem terceiro: Negociação

Diferenças:
1. Mediação: Na mediação, o mediador tem papel pró ativo na resolução do conflito, propõe ideias.
2. Conciliação: O conciliador apenas acomoda as ideias das partes, de modo a apenas redigir um texto legal com o acordo.
3.Negociação: Apenas as partes negociam entre si, sem intervenção de terceiro.

Heterocomposição - Arbitragem e Processo Judicial
A heterocomposição é a forma tradicional usada pelo ocidente, a arbitragem é estabelecida por vezes em contrato prévio, antes que surja o conflito - um terceiro analisa o conflito das partes e estabelece uma decisão.


O processo judicial, é o processo tradicional como já é de conhecimento dos operadores do Direito.

· MEDIADOR É DIFERENTE DE CONCILIADOR


Mediador propõe, não impõe. Caso fosse, seria heterocomposição. Dá sugestões. Conciliador acomoda as ideias estabelecidas pelas partes, faz uma intermediação entre elas.


Embate de opiniões contrárias = NEGOCIAÇÃO


· HETEROCOMPOSIÇÃO DIFERENTE DE AUTOCOMPOSIÇÃO


HETEROCOMPOSIÇÃO tem por objetivo convencer UM TERCEIRO.
AUTOCOMPOSIÇÃO tem por objetivo convencer AS PARTES.

É uma troca de dar e receber, entre o negociador e o operante. Inevitavelmente deve-se ceder alguma coisa, querer receber sempre implica em ceder algo. A negociação tem o propósito de atingir, por meio da comunicação para chegar a uma conclusão sustentável. Pode ser mais eficaz do que decisões judiciais, pois na negociação há por vezes o contentamento das partes sem o poder coercitivo, o que demanda em solidez. 
Sem dúvida, possui elementos de barganha. Busca conciliar anseios pelo que o outro tem, negociação é conceito amplo, complexo. Por meio de comunicação procura-se aproximar as partes e a satisfação de seus interesses – diferentemente do processo jurisdicional, que por muitas vezes afasta as partes. 
Negociar traz um dever de argumentar e comunicar-se muito bem, pois é com esse recurso que teremos que apresentar o conflito de forma positiva, para que a parte contrária observe o conflito como uma oportunidade – vendo que é uma saída mais favorável e talvez mais valiosa. É importante ressaltar que em todos conceitos relacionados com composição de conflitos há elementos em comum:
1) PROCESSO;


2) INFORMAÇÃO E PODER;


3) INFLUENCIAR;


4) CONCESSÕES MÚLTIPLAS QUE APROXIMAM IDEIAS.
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Em Habermas temos a teoria do agir comunicativo, onde as ideias precisam ser aproximadas através do diálogo – busca por formar objetivos comuns.
Diálogos produzem relações mais fortalecidas.
Em analogia, em uma compra e venda, sempre negociamos. Dialogar não significa necessariamente conversar, mas quando se tem a ideia de, por exemplo, qualidade = preço mais caro, você comunga da ideia do vendedor que para ter qualidade deve-se pagar bem. 

Algumas características podem ser vistas no diálogo:

1. Interdependência – Ex.: João tem um mercado que está prestes a falir por causa de uma reforma que ultrapassou da sua capacidade monetária e com isso não consegue mais pagar seus fornecedores. Negociando, João continua com seu mercado, os fornecedores continuam trabalhando com João e a clientela não perde o mercado a que estava acostumada a consumir.
2. Capacidade de ganhos mútuos
3. Ambas as partes possuem autoritarismo LIMITADO
4. Comunicação – receptividade das ideias do outro.
5. Relacionamento – no momento que inicia o diálogo, constrói-se boas ou más impressões do outro.

CONFLITOLOGIA


A palavra conflitologia junta dois vocábulos essenciais para nosso entendimento. Conflito + logos (logia), estudo do conflito. Em breve diferenciação, a psicologia trabalha com conflitos internos e o Direito com conflitos interpessoais. É do surgimento do “impasse” (conflito) que nasce a relação negocial. Sempre existirá um conflito. 
Então, conflitologia nada mais é do que a ciência para o estudo dos conflitos intra e inter consciências (entre consciências). Destarte, precisamos definir claramente o que é de fato um conflito. Esse define-se como divergência de opiniões, e quem opina, obviamente é a consciência humana. Nas eras mais distantes já existia uma forma de resolver essas tais divergências, diríamos que a forma mais primitiva de todas – que em parte ainda influi em alguns casos – a lei do mais forte. 
Por meio da conflitologia tenta-se procurar novas formas de solucionar, compor o conflito. O ideal seria que se buscasse conhecimento pela informação, pela troca, o que aproxima mais as pessoas.
Sabemos que o estilo tradicional de resolução de litígios nos dias de hoje é a prestação jurisdicional, por meio de processo. Talvez um dos maiores problemas desse “apego” rudimentar praticamente por instinto de defesa seja a demora e o gasto por uma resposta que vai afastar as partes. Estamos em uma era de inovações em vários campos, devemos ser mais civilizados, fazer concessões não significa que perdemos e sim que ganhamos. Há um recebimento de benefícios também, precisamos entender o conflito e agir educativamente. Existem duas formas de enxergar conflitos, o que vem da cultura asiática, onde há uma visão de perigo e outra de oportunidade. O conflito pode gerar uma só delas. 
Prosseguindo, encarar o conflito como um perigo acarreta em uma cisão. Sendo assim, quando a negociação se dá de forma competitiva as chances de sair “ganhando” são menores, pois os interesses tornam-se tão conflitantes que pode ocorrer uma verdadeira cisão de um contrato por exemplo. No momento em que enxergamos o conflito de forma pacífica, como uma oportunidade de negociação, temos um quadro diferente: ambas as partes podem sair vitoriosas e com maiores vantagens do que o encarando de forma pessimista. Há denominações da cultura norte americana para esses dois modos. O primeiro, de forma a encarar como perigo chama-se “Jogo do ganha-perde” – onde um ganha e o outro, claramente, perde. O segundo onde encaramos como uma oportunidade, chama-se “Jogo do ganha-ganha”, ocasionalmente visto em séries jurídicas como a expressão “win-win”. Tudo depende da forma como encaramos o conflito. 
· - Gerenciamento do conflito


· - Uma boa forma de negociação


· - Visão negativista ≠ Visão positivista


Em alguns casos, no entanto, é inevitável a negociação competitiva.
As características do conflito são:
· Externo – exteriorização pela linguagem
· Subjetivo – Foco para estabelecer negociação; Onde eu oculto intencionalmente; Real enfoque fica oculto.

A negociação depende da comunicação, claro, mas nem sempre o que falamos é o que realmente estamos sentindo ou pensando. É um exemplo simples, mas totalmente esclarecedor: Namorado sai com a namorada que está com uma saia curta. Namorado vai externar que não há cabimento em usar saia curta no frio. Seu objetivo real que está subjetivo é o ciúme, motivo real oculto do namorado ciumento. Um bom negociador identifica o elemento subjetivo da parte contrária.



Continua...

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Um fim

Antes eu escrevia sobre vazios, sobre incertezas, hoje eu escrevo sobre o concreto. Sobre definições possíveis de chegar a resultados, pensamentos lógicos que trazem certezas e respondem perguntas.
A vida não tem graça assim, se todos meus questionamentos fossem respondidos, o que seria de mim?
Me faltam perguntas. Faltam escolhas, faltam caminhos, faltam opções. Parece que está tudo resolvido, e o pior de tudo é que hoje eu percebi que não é bem assim. A mesma pessoa que não sente emoções é a mesma pessoa que me deu as dúvidas e as escolhas. A única emoção que realmente temos é não sabermos se isso é um fim ou uma tentativa de recomeço pessoal. Sinto que escondo essa parte, ou simplesmente pela falta de algo interessante na vida tapo meus olhos. Sim, eu quero existir, quero ser real - mas pra isso as vezes temos que tirar o pé do chão. Nenhuma ideia vem de vazio, nenhuma decisão vem de algo que não tem escolha. Temos escolhas, ideias, ainda queremos escapar do nada. O que indica que o tudo continua presente, e que o nada continua andando junto com o tudo. O que significa que chegou a hora de decidir quem fica e quem sai.
Tudo ou nada?

terça-feira, 12 de abril de 2011

A errada

Em uma estrada qualquer
no meio do nada
dois caminhos
eu era a mulher errada.

Em um nada qualquer,
aquela estrada.
Onde os pés tocam frios
no asfalto abrasador
e o corpo geme num grito
silencioso de dor.

Não eram aquelas luzes
nem aqueles postes
nem o trânsito
nem os transeuntes
nem os animais
Eu era a mulher errada
da escolha certa
sem motivo especial.

terça-feira, 5 de abril de 2011

V. Cerezer

Ela tinha uma clave de sol tatuada no braço direito, mais precisamente perto do cotovelo. Tinha a íris bem escura, tinha um estilo casual que me fazia perder o juízo. Sabia ser duas coisas, sabia ser minha proteção e sabia querer se sentir protegida. Possuia os melhores defeitos que eu já havia conhecido e, devido aos mesmos que senti ultimamente o quanto venho aumentando esse amor por ela. Eu gosto de tudo, do jeito do cabelo bagunçado, curto ou comprido, pro lado ou no meio, com ela vivo de 'ous' pois tudo fica bem nela e tudo fica bem com ela. Gosto do seu jeito carinhoso de ser, do jeito brincalhão, do jeito que me faz rir, do jeito que me faz ser - assim exatamente como sou, sem pudores, sem medos e com todos os defeitos que se criaram quando eu pude sair de dentro daquela casca, daquele casulo onde me escondi durante 16 anos. É impossível não querer alguém que te fez tirar a máscara, tirar aquilo que você tem de pior e de melhor dali, de onde você sempre viveu. É impossível não amar alguém que te amou desde o primeiro segundo e sabia que no fundo, havia algo que ninguém mais seria capaz de enxergar e/ou retirar. Você apertou minha tecla permitir, você recriou alguém. Você ama alguém e esse alguém ama você. Você salvou uma vida sem doer. Você me tirou do amargo, do meia boca, de cima do muro. Você me trouxe para o bom, para o ruim, para os extremos, para a 'boca inteira', para um dos lados do muro. Você me fez descobrir quem eu era, me fez querer ser quem eu sou, e ainda mais - me deu a certeza de quem eu queria ser - me deu a certeza de que um dia eu vou casar com você.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

você é o que ninguém vê.