terça-feira, 5 de abril de 2011

V. Cerezer

Ela tinha uma clave de sol tatuada no braço direito, mais precisamente perto do cotovelo. Tinha a íris bem escura, tinha um estilo casual que me fazia perder o juízo. Sabia ser duas coisas, sabia ser minha proteção e sabia querer se sentir protegida. Possuia os melhores defeitos que eu já havia conhecido e, devido aos mesmos que senti ultimamente o quanto venho aumentando esse amor por ela. Eu gosto de tudo, do jeito do cabelo bagunçado, curto ou comprido, pro lado ou no meio, com ela vivo de 'ous' pois tudo fica bem nela e tudo fica bem com ela. Gosto do seu jeito carinhoso de ser, do jeito brincalhão, do jeito que me faz rir, do jeito que me faz ser - assim exatamente como sou, sem pudores, sem medos e com todos os defeitos que se criaram quando eu pude sair de dentro daquela casca, daquele casulo onde me escondi durante 16 anos. É impossível não querer alguém que te fez tirar a máscara, tirar aquilo que você tem de pior e de melhor dali, de onde você sempre viveu. É impossível não amar alguém que te amou desde o primeiro segundo e sabia que no fundo, havia algo que ninguém mais seria capaz de enxergar e/ou retirar. Você apertou minha tecla permitir, você recriou alguém. Você ama alguém e esse alguém ama você. Você salvou uma vida sem doer. Você me tirou do amargo, do meia boca, de cima do muro. Você me trouxe para o bom, para o ruim, para os extremos, para a 'boca inteira', para um dos lados do muro. Você me fez descobrir quem eu era, me fez querer ser quem eu sou, e ainda mais - me deu a certeza de quem eu queria ser - me deu a certeza de que um dia eu vou casar com você.

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