sexta-feira, 28 de março de 2008

Gula



Sentava-me sobre a mesa e olhava a refeição. Não queria comer, só queria
apreciar, minha gula envolvia sexo, paixão compulsiva. Por falta de sexo, comia.
Comia tudo o que via pela minha frente, sendo saboroso ou não, isso de certa
forma me satisfazia por alguns minutos. Mas, logo depois me via abrindo aquela
geladeira de novo, procurando um sonho, mas não um sonho qualquer, um sonho
daqueles de chocolate mesmo, que você come e acaba, não como esses sonhos que
você perde com experiências da vida.
Que vida improvável, eu estava perdendo
minhas forças para uma coisa sem vida, uma coisa que na verdade era uma vida pra
mim. Doces, carnes, salgados, peixes, bebidas... Tudo me levava a eles, pensei e
cheguei à conclusão seguinte: Minha gula ultrapassava meus cinco sentidos, e
também meu sexto sentido.

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