domingo, 4 de abril de 2010

Histórias de final

Deitada em minha cama, muito desajeitada pelo visto, ouvia os grilos na rua - o que certamente me confirmava a solidão - nem um som sequer, tua voz não habitava mais minha morada. Via meu seriado favorito, desde as onze horas. São três da manhã, uso essa façanha pra me distrair de pensar em você. Ajuda, apesar de várias cenas me lembrarem você.
Fico pensando, tivemos um início tão perfeito - digamos que um meio mais ainda - e o final foi dessa maneira, triste, rancoroso, dilacerou o amor que havia em nós, ou pelo menos em você.
Perdi minhas inspirações e passei a esquecer das minhas tarefas, mas tudo com motivo: você era minha rotina, e particularmente eu sou viciada em rotinas, em coisas certas, em ter alguém pra visitar, em ser você esse alguém.
Acabou, acabou, é isso que eu ouço de muitos. Alguns novos me dizem que é fácil falar se você não sente na pele o que eu sinto. Concordarei com a segunda especulação. Sabe, é um pouco engraçado também o meu modo de esconder das pessoas, aquelas frases típicas de 'não gosto mais', 'jura, não..já passou isso', 'ficou no passado pra mim, acabou' - definitivamente espetacular.
Eu perco o fio da meada nos textos, esqueço onde parei em alguma coisa, continuo gostando das mesmas músicas e não consigo parar de atribuir novos sucessos à nossa história.
Dói sentir a tua falta, dói não ter de quem sentir ciúme, dói relembrar! Mas é tão bom também, tão confortante saber que ao menos sou lembrança no teu coração, que ainda tem carinho por mim.
Lembro-me que antes, em algumas postagens, dizia que amor eu só poderia identificar quando chegasse no último dia da minha vida, e meu amor, acredite, esses últimos meses têm sido como últimos dias de vida - me fazendo ver - assim, que você era sim o amor da minha vida.
E então vem a saudade reclamar de quanto fui idiota ao brigar tantas vezes e perder tanto tempo dizendo bobagens pra você, negando um abraço que me era dado, fazendo birra e julgando as tuas atitudes incorretas. Quem era para fazer isso? Não sei, só sei que estava apaixonada, e hoje sigo amando, como do início, como no meio e como você sempre soube, no final. Aí o leitor fica fazendo questionamentos pra si mesmo, tipo: ONDE QUER CHEGAR COM ISSO, desenrola criatura!
Para informar então onde pretendo ir com todos esses pensamentos, penso que quero te ver, quero te encontrar, um dia talvez pra retomar o tempo que perdi, pra esquecer dos nossos problemas, pra tomar uma coca-cola num dia quente, pra discutir a relação de uma maneira saudável, pra zelar o teu sono e segurar a tua mão depois de um pesadelo, provar que te amo a cada instante, provar pra você o quanto você tem a parte, a metade, o inteiro de mim.
Quero teu sorriso pra iluminar meu dia, quero teu bom dia seco ou molhado, quero tua boca me soletrando um te amo, quero teu corpo expressando prazer, quero ver os teus cabelos mais uma vez e ser novamente uma das únicas a não ter dúvida de que cor eles são. Quero ver teus olhos e poder tocá-los com a ponta de meus dedos, fazer carinho entre suas sobrancelhas, passar a mão no teu rosto e saber que aprendi o quanto o tato é a melhor sensação do mundo, quero dividir contigo a vida que tenho, pois contigo eu sei que poderia chamá-la de vida!
Quero ter você por um momento, momento que pra mim seria eternidade, frases e toques que mostram o quão infinito o meu amor pode ser...
'e eu vou te mostrar...'

Nenhum comentário: